terça-feira, 10 de junho de 2008

CC 115 - 10 de Junho, Dia de Portugal

10 de Junho de 1962 -DIA DE “PORTUGAL” em LUMBALA


Como disse, Lumbala era , em Junho de 1962, um pequeno lugar na margem direita do Grande Rio Zambeze, junto à confluência do rio Lumbala, onde se localizava o Posto Administrativo que controlava uma área equivalente a metade de Portugal, isto é, de Lucusse a Calunda/Macondo (cerca de 300 Km no sentido Poente-Nascente) e de Caripande ao Lunache (cerca de 150 Km no sentido Sul-Norte).
Neste território, habitado indistintamente por Luenas(Luvale), Quiocos (Katxôkue) e Lundas (Kalunda), estavam sediados 4 grandes sobados: os Grandes Sobas KAQUENGUE, (Xilombo), KALUNDA, (Macondo), LUMBALA, (Lumbala) e MUEMA, (Lunguebungo). Alem destes, havia depois os sobas menores, em número mal definido, mas dos quais é possível enumerar os seguintes: Mussuma, Camigi, Chinjongo, Massibi, Matuitui, Kuelele, Mucumbi, Samangala, Lunache e outros tantos de menor influência, mas de igual dignidade.
O Chefe do Posto era um ilustre angolano mestiçado de europeu, de nome SANTANA, que havia frequentado em Lisboa a faculdade de medicina durante dois anos. Homem muito esclarecido, gozava de grande prestígio entre as populações e não se pode excluir que antevisse, a longo prazo, o destino que aguardava o seu povo, a independência. No entanto era de uma aparente fidelidade ao poder colonial, que não permitia dúvidas a ninguém.
Foi nesta Lumbala, numa palhota de “pau a pique”, que o 3º Pelotão da CC 115 se instalou numa noite chuvosa dos últimos dias de Maio de 1962, depois de, em plena noite, ter atravessado em jangadas de canoas o grande Zambeze. As viaturas ficaram na margem esquerda, com segurança garantida por uma secção de caçadores.
A zona estava pacificada e a experiência adquirida na ZIN permitia alguma descontracção vigilante. Aproximava-se o dia 10 de Junho, data de grande significado patriótico em todo o mundo português, e o Chefe Santana não deixou perder a oportunidade de manifestar perante a tropa todo o seu fervor patriótico que era secundado por todos os seus administrados, com relevo para as autoridades gentílicas, isto é, os grandes sobas e os sobas menores, todos seguidos pelos respectivos “GANGUELAS”.
Foi um dia inesquecível para todos os participantes nas cerimónias levadas a efeito. Tudo começou com o solene içar da Bandeira Nacional no “Quartel”, e no Posto Administrativo, na presença de grande multidão de cidadãos nativos acompanhados dos seus sobas e ganguelas, seguido de uma reunião magna no terreiro frente ao Posto Administrativo, com discursos alusivos à data comemorada, traduzidos para Luena/Quioco pelo Chefe do Posto, Sr Santana.
Em seguida tiveram lugar várias manifestações desportivas populares, tais como corridas de sacos, para os mais novos, corridas de canoa para os jovens mais audazes e, no final, um disputado jogo de futebol entre uma equipa militar e uma de civis, que coroou as várias manifestações de são, fraterno e amigável convívio, que terminaria com o almoço comunitário que juntou militares e civis, estes todos negros menos um, porque ali não havia mais do que um único branco, o comerciante Pires.
Na mesa principal tomaram lugar ao lado do Comandante do Destacamento e do Chefe do Posto, todos os Sobas Grandes e os Sobas Menores, acompanhados dos respectivos “Ganguelas”.
O fervor patriótico vivido neste dia em Lumbala foi tal, que levou o Comandante do Destacamento a terminar o seu relatório para o Comando com esta expressão acalorada:”.........é bem certo que aqui também é PORTUGAL!”.

(Ó santa ingenuidade que só uma juventude generosa e reprimida consente!!!)
Nota · “Ganguela”- órgão executivo do soba – uma espécie de 1º ministro.


Seguem-se algumas fotografias alusivas às actividades levadas a efeito nesta data em Lumbala:











Equipa Militar do 3º Pelotão da CC 115




Equipa Civil: são todos negros excepto um branco e três mestiços,
o Chefe do Posto Administrativo tambem é mestiço.

Relatório das actividades desenvolvidas em Lumbala em 10JUN62



CC 115 - 1º Aniversário em Angola

No dia 9 de Junho de 1962 fez um ano que a CC 115, integrada no BC 114, desembarcou do N/M Niassa no Cais de Luanda. Entretanto, durante o ano decorrido, muitos e desagradáveis episódios se passaram na intervenção que tivéramos no Norte de Angola, região dos Dembos, mais concretamente no eixo Caxito, Anapasso, Quanda Maúa, Quicabo, Sete Curvas, Balacende, Quissacala, Quipetêlo, Beira Baixa, Canacassala/Caiengue.
Felizmente do 3º Pelotão, agora em accção de quadrícula, em Lumbala, não havia baixas de gravidade a lamentar: apenas o Régua fora ferido com gravidade e evacuado para a Metrópole, alem de outras baixas por doenças ou motivos menores.
Por isso tínhamos motivos para comemorar e isso fizemos com a pompa e circunstância possíveis num meio tão inóspito e carenciado, onde nada havia: o comércio fazia-se por troca directa de géneros, entre os vários interessados. A tropa é que estava agora trazendo algum dinheiro e o abastecimento do rancho era feito no meio local, sobretudo carne: galinhas e bois, alem de caça que, uma vez por outra, se conseguia abater.
Nesta efeméride e porque, no dia seguinte havia outra comemoração, o 10 de Junho, "Dia da Raça", como diria, mais tarde o Presidente Cavaco Silva, abatemos um boi, comprado ao produtor, por oitocentos escudos angolanos, se bem me recordo.
Segue-se o relatório que elaborei relativo às comemorações do aniversário:



segunda-feira, 9 de junho de 2008

CC 115 - Na quadrícula do Moxico

CAZOMBO
(Comando em Cazombo, Um Pel em Caianda e outro em Lumbala)


O deslocamento da CC 115 de Teixeira de Sousa para o Alto Zambeze em fins de Maio de 1962, foi outra odisseia. Fez-se em viaturas auto-rodas e demorou todo um dia de viagem, com paragens devido ao enterramento das viaturas nos areais da picada.








Este é o célebre Marco 25, ponto bem definido pelos demarcadores da fronteira entre Angola e Katanga, fazendo aqui um ângulo recto para nordeste, território de Katanga e um ângulo convexo de cerca de 270 graus para oeste e sul - Angola.
Perto ficava a bifurcação das picadas que levavam a Caianda, para leste, e a Cazombo, para sul.
Por esta seguimos rumo a Cazombo


Passando pelo Marco 25, ponto geodésico definido pelos demarcadores das fronteiras artificiais, nos princípios do século XX, aí tocámos a fronteira do Katanga que faz um vértice em ângulo recto, e continuámos para sul, passando CAVUNGO, sede do sobado da Rainha dos Luenas, NHACATOLO, só parando à noite, na GAFARIA, onde se instalou o Comando da Companhia, junto à ponte Marechal Carmona, sobre o Zambeze e perto de CAZOMBO.


Ponte MARECHAL CARMONA - sobre o Zambeze, em Cazombo

“GAFARIA” Em Cazombo, que serviu de quartel da CC 115 durante o ano que ali passou.
Foran introduzidos alguns melhoramentos, nomeadamente uma cozinha e refeitório, exactamente no local onde se vê um coberto de capim à esquerda.

Dois dias depois, o 1º Pelotão marchou para CAIANDA, a norte, na fronteira com Katanga e o 3º Pelotão marchou para LUMBALA, a sul, nas margens do Zambeze e a meio caminho de Caripande, Posto Fronteiriço com a Rodésia do Norte (actual ZAMBIA).

A viagem para Lumbala demorou outro dia e a chegada fez-se já noite cerrada.
Isso foi bom porque a travessia do Zambeze fez-se no escuro da noite, sobre jangadas de canôas, sem que o pessoal tivesse possibilidade de avaliar os riscos que corria ao transportar-se em tão frágeis e rudimentares meios de atravessamento do grande rio.
Foi depositada total confiança nos camaradas do Pelotão de Cavalaria, (Companhia de Cavalaria 148), que íamos render e nos serviram de guias e manobradores das canoas.
Só no dia seguinte nos apercebemos da realidade, mas agora, já confirmada pela travessia nocturna, era tudo fácil.
O quartel era uma coisa impensável: uma velha palhota indígena, construída em "pau a pique", coberto por capim, com duas divisões e uma entrada para um subterrâneo, onde se guardavam as munições, integrada num conjunto de palhotas, residências das mulheres dos Cipaios.














Eis o 3º Pelotão (-), aqui sob o comando do Sargento Guedes, em formatura para a ceimónia do içar da Bandeira, no dia 10 de Junho de 1962, frente àquilo a que se convencionou chamar aquartelamento.
Havia apenas três construções com caracter mais ou menos definitivo e que eram: a residência do Chefe do Posto Administrativo e onde funcionava a respectiva Administração, o Posto Sanitário e um comércio do Sr Pires, (um europeu cafrealizado).
Finalmente, havia uma palhota maior onde residia a Soba ou Sobisa, (não sei como se dirá, pois era uma mulher). O próprio Tribunal onde a Soba e os seus Conselheiros resolviam as questões do seu Povo, funcionava debaixo de uma Árvore Grande.
Isto na margem direita do rio Zambeze, junto à confluência do rio Lumbala, um lugar paradisíaco, mas muito desconfortável. Este local seria, mais tarde abandonado, isto é, desocupado, com a transferência da administração civil para novo Posto, construído de raiz, na margem esquerda do mesmo rio, e os militares viriam a instalar-se no novo aquartelamento, construído pelos próprios militares, igualmente na margem esquerda do rio, junto à estrada/picada que, de norte para sul, levava até Caripande.
Aqui nos instalámos, e começámos um novo modo de vida, agora quase normal, em contacto com as populações em regime de trabalho e de ócio.
Portanto a intervenção da tropa era equiparada a acções de polícia, com forte incidência no campo social e apoio sanitário às populações mais recônditas.

CC 115 - Luena e Teixeira de Sousa

LUSO (LUENA) - 17MAI62
Em 17 de Maio chegámos ao Luso, (Luena), cidade muito airosa, com grande actividade comercial, onde se foi sedear o Comando do Batalhão 114, cujo Comandante, Tenente Coronel Oliveira Rodrigues, assumiu tambem o comando da ZIL, (Zona de Intervenção Leste) .
A ZIL era constituída por dois distritos: Lunda, com a capital em Henrique de Carvalho, e Moxico, com a capital no Luso (Luena).
















TEIXEIRA DE SOUSA - 18 a 20 de MAI62
Após uma paragem prolongada por cerca de meio dia, separámo-nos do Comando do Batalhão, que ficou no Luso, como disse, e da CC 117, que se dirigiu para sul, para Gago Coutinho e Cangamba, por Lucusse.
As duas companhias de caçadores: CC 115 e CC 116, seguiram viagem rumo a Teixeira de Sousa, a mais de 300 quilómetros dali. Tivemos então oportunidade de percorrer aquilo que deveria ter sido a maior recta do mundo em caminho de ferro, mas não o foi, apenas para não exceder a que ainda o é e se situa nas planuras do vale do Mississipe, nos Estados Unidos. A companhia construtora do caminho de ferro de Benguela foi a mesma da América e não quis exceder aquela. Por esse motivo foi feita uma curva à entrada de Lumege, sem qualquer necessidade, mas propositadamente para interromper a super recta da Cameia.
Isto é notícia que corria entre as pessoas que se diziam bem informadas, na zona.
"Se não for verdade, pode ser", portanto podemos acreditar, porque estamos em África e ali, tudo pode acontecer.
Teixeira de Sousa, (hoje LUAU), era uma povoação comercial, localizada num ponto estratégico de comunicações entre regiões riquíssimas em minérios como a Lunda e o Katanga e ainda o Alto Zambeze onde predominava outra riqueza, esta mais imediata e não menos importante, por dali saír a alimentação para a maior parte dos povos da Lunda, Katanga e Congo: o famoso PEIXE SÊCO das anharas ou chanas· da Cameia, Lucusse, Lumege, Chinjongo, Kavungo, (sede da Rainha Luena NHACATOLO), Macondo e Lumbala, até ao Lungué-Bungo.
Ali “chuvia” peixe! Isto é, durante os cerca de três a quatro meses de época de chuvas, todo o Alto Zambeze fica submerso.
Os rios transbordam e as águas inundam quilómetros e quilómetros de planalto, desenvolvendo-se aí uma actividade curiosíssima: os peixes surgem sem se saber donde, por isso dizemos que “chovem”, e crescem rapidamente em poucos dias. Então os autóctones fazem grandes cercados com paus espetados na lama e entrelaçados com capim, que formam viveiros enormes de peixes. Nessas cercas deixam pequenas aberturas, nas quais fazem depois armadilhas com esteiras de capim, onde apanham peixe às toneladas, logo que as águas começam a descer. Antes da descida das águas já vão apanhando peixe nas cercas, mas com arco e flechas. Esta tem sido, durante séculos a base da alimentação dos povos nativos da região, bem como dos povos vizinhos, do Congo e norte de Angola, para onde exportam em quantidades industriais,

· Anhara ou Chana – zona plana livre de floresta, coberta de capim com 0,50 a 1,00 metro, coberta de água durante cerca de metade do ano.
Mais uma colaboração do Subintendente V.Horta muito oportuna
O Distrito do Moxico - Leste de Angola:

Do Luso (hoje Luena), continuamos em direcção a Teixeira de Sousa (Luau), onde a cada momento, nos surpreendemos. Para quem estava habituado a ver, no Norte de Angola, uma floresta cerrada, cada árvore entrelaçando as ramagens com outras árvores congéneres, gigantescos maciços de árvores, de um verde carregado e sombrio onde a luz não penetra e onde se desenvolvem, na meia obscuridade, os fetos os musgos e as trepadeiras, de repente, depara-se com o terreno nu da anhara.
É assim a "anhara da Cameia" que tem uns trezentos quilómetros de comprimento.
O chão é arenoso, coberto de capim ralo, sem arbustos, sem árvores. Na época do calor, começam as chuvas torrenciais; as bátegas caem umas atrás das outras, com violência e continuidade; a anhara inunda-se; nas suas depressões aparecem logo pequenos charcos e lagos, e, nesse lagos, não tardam a surgir peixes miúdos que abundam em toda a anhara - até parece "chover peixe"; os naturais apanham-no, espalmam-no e secam-no ao sol; o peixe, depois de seco, fica escuro, luzidio e duro.
Finda a época das chuvas, principia o cacimbo, a estação seca. Do céu não cai um pingo de chuva. Por fim o terreno seca e surge o capim tenro, muito apreciado pelos antílopes e bovídeos. A anhara é uma pastagem.
Quem não se lembra daquele espectacular panorama visto do comboio em andamento, as grandes manadas bravas de cabras de leque, zebras, pacaças, palancas de grandes hastes, etc.

CC 115 na Guerra de Angola - II Parte

SEGUNDO ANO DA MOBILIZAÇÃO


Deslocamento para a ZIL (N/M Quanza) 14/16MAI62

A viagem de Luanda para o Lobito foi feita no N/M QUANZA, em condições semelhantes ou piores do que as do NIASSA, mas com a vantagem de ser apenas uma noite de viagem.
Portanto não custou nada e até foi divertido.



O N/M QUANZA era uma espécie de irmão mais velho do NIASSA, como ele desconfortável, pois se tratava de um navio misto, para transporte de pessoal e carga diversa. Também os seus porões foram convertidos em alojamento para transporte de tropas.


































A chegada e desembarque no Lobito, foi de todo agradável, especialmente devido à beleza natural que envolve toda a baía e a restinga, onde a vegetação tropical apresenta aspectos paradisíacos, convidando a um passeio que não dispensámos.Em pequenos grupos, uns em carros particulares que se arranjaram junto da população civil, outros em carros de aluguer, muitos de nós deslocaram-se até à ponta da restinga, admirando as vivendas que ali existiam, ladeando a estrada e interpondo-se às praias de ambos os lados daquela formosa língua de terra que resguarda o seguro Porto do Lobito.
Seguiu-se depois a travessia de Angola de lés a lés, pelo Caminho de Ferro de Benguela, que, desde o Lobito por Benguela, Nova Lisboa, Silva Porto e Luso, vai até Teixeira de Sousa, junto à fronteira do Katanga.Foi uma viagem que não esqueceremos.








Na transição do litoral para o planalto interior de Angola, atravessa-se uma região árida e agreste, como esta foto documenta. Esta parece uma paisagem lunar. Lá no planalto tudo se-rá diferente. Aí há terras gordas e produtivas e povoações alegres e cheias de vida.Um comboio enorme, composto por grande número de carruagens para transporte de pessoal e material, nomeadamente viaturas entre as quais carros de combate, puxado por duas potentes locomotivas, lá foi subindo devagar, desde o nível do mar até aos mais de 1.500 metros do planalto interior.

Já no planalto central de Angola a paisagem torna-se momumental pela largueza do horizonte e pelos acidentes oro-topográficos que se avistam. Aqui, por exemplo é um enorme rochedo que se destaca no horizonte.Nas curvas da linha via-se a enorme composição a serpentear, subindo as encostas povoadas de grandes matas de eucaliptos, reserva energética do Caminho de Ferro de Benguela, do tempo das máquinas a vapor.

Viagem descrita na primaira pessoa pelo Subintendente Valadas Horta

Luanda ( no N/M Quanza), Lobito.

Lobito (nos CFB), Catumbela, Maria, Damba Maria, Benguela, Cubal (mais ou menos nesta zona, o comboio, nas subidas, deslocava-se muito "devagariiinho...". Um ou outro companheiro deslocava-se de carruagem em carruagem, descia do comboio em movimento, apanhava algumas peças de fruta junto da linha e, com a ajuda dos colegas subia para uma das carruagens que só transportava viaturas, e, toca a distribuir a fruta pela "malta". Era uma alegria!!! A propósito da deslocação das viaturas no comboio, o meu "bilhete de transporte..." deu para ir sentado (quase 3 dias?) num jeep descapotável que seguia numa das carruagens; só que a minha mala (de cartão... claro!) com as roupas incluindo o blusão, ficou algures noutra carruagem que transportava todas as bagagens. Na zona planáltica, durante a noite, fazia um frio de rachar. Ainda hoje, quando falo de temperatuas baixas, ocorre-me de imediato o frio que passei nessa viagem. Precisamente em Angola!...), Ganda, Caála, Nova Lisboa (Huambo), General Machado(Camacupa), Silva Porto (Kuito), Munhango, Cangonga, Cangumbe, Chicala, Luso (Luena), Léua, Cassai-Gare, Luacano, Mucussueje, Teixeira de Sousa (Luau), Cazombo - Gafaria, Caianda, Lumbala.
Se bem me lembro, o CFB ia do Lobito a Dilolo (ex-Congo Belga). Havia o "Rápido" e "Camacove". Este comboio parava em todas as estações e apeadeiros da linha. Algumas carruagens tinham cama, do tipo "camarata". O comboio além da utilidade de servir o interior de Angola, trazia o minério de cobre do Katanga até ao Lobito para ser embarcado para os altos fornos belgas - Bélgica.
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O Caminho de Ferro de Benguela (CFB), é a única linha ferroviária da África Central ao Atlântico. A sua construção, com origem numa Lei de Agosto de 1899, foi iniciada a 01Mar1903, tendo sido concluída em 02Fev1929. A 10Jun1931 chegou ao porto do Lobito o primeiro carregamento de cobre do Katanga.
A título de curiosidade, o contrato da concessão de exploração de 99 anos, atribuído à Companhia de Caminhos de Ferro de Benguela SARL, terminou no dia 28Nov2001, revertendo a favor do Estado Angolano todos os meios fixos e circulantes da Companhia.
Do Lobito ao Luau, por esta via, são 1 301 quilómetros.
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